A Taça é delas!
A enóloga Laura Principiano trabalha na Zuccardi Valle de Uco há mais de dez anos. “Com muita alegria e honra recebemos reconhecimentos ao sermos eleitos, recentemente, uma das melhores vinícolas do mundo. Em 2019, tivemos 100 pontos Parker com Finca Pedra Infinita 2016. Na Familia Zuccardi, eu me sinto muito respeitada. Cada vez somos mais mulheres fazendo vinhos” assegura a engenheira agrônoma.
Gabriela Celeste é mais uma guerreira. Enóloga há mais de vinte anos, ela ocupa o cargo de diretora da consultora EnoRolland (em parceria com Michel Rolland) que brinda serviços de assessoria enológica. “Conheci a meu mestre Michel nos finais dos anos noventa, e com ele dei meus primeiros passos, até desenvolvi meu próprio projeto de vinhos chamado Escarlata”.
“O mundo do vinho é, praticamente, dos homens. Isto requer de muito tempo e dedicação. Tal vez, há colegas que não estão dispostas a brindar tanto tempo a um trabalho, que na realidade, é um modo de vida” opina Gabriela, também engenheira agrónoma, que trabalhou na França e Itália.
“Sempre teve total liberdade para trabalhar -conta Noelia Juri, enóloga do El Zorzal- O rol da mulher é importante e cresce cada dia, se afiança. Na enologia, na sommeliere, na viticultura. O vinho é saúde e une às pessoas” diz Noelia, que começou ajudando a seu pai nas colheitas, e hoje, acompanha aos irmãos Michelini, em Gualtallary, Tupungato.
“A mulher teve que ganhar-se o seu lugar, capacita-se. Para alguns, ainda pode parecer incomum ver uma mulher elaborando vinhos. Às vezes, até se subestima o paladar da mulher, mas o importante é que o vinho está por cima do gênero! Da igual se é feito por homem ou mulher. Há muitas mulheres produzindo e comunicando. Além de fazer vinhos, também os vendemos” afirma Paula Gonzalez, enóloga da Piros Wines, vinícola que pertence à família Salentein, com vinhedos no Vale de Pedernal, na província de San Juan.
Eugenia Brennan, sócia da vinícola Amansado Wines, explica que “como mulher, eu preciso ter a sensibilidade para entender todo o processo, sempre com a assinatura agrónoma e enológica de uma forte equipe por trás. Eu supervisiono desde a uva, a elaboração, o fraccionamento, a distribuição, e depois pesquiso o tipo de cliente, para entender melhor a experiência do consumidor” diz Eugenia, da família Brennan, apaixonados pelos cavalos e os vinhos
Para Marisol de la Fuente, sommeliere há quatro anos em Buenos Aires, “foi difícil entrar em uma indústria que, tradicionalmente, é masculina. Há enólogas conhecidas, que tem suas próprias vinícolas, por exemplo, Susana Balbo, a primeira da argentina. Sinto orgulho de poder realizar degustações, e assessorar cantinas, na comunicação e no marketing”.
“A mulher aporta aquele detalhe, sensibilidade, paixão, organização e responsabilidade” descreve a enóloga Andrea Tansini, da vinícola Doña Paula. “O mais importante é priorizar a equipe. Me sinto orgulhosa do meu time de trabalho. O meu desafio pessoal é encontrar o equilíbrio entre o que significa a enologia de alta exigência e os recursos humanos” expressa Andrea.
“Há poucas mulheres a cargo de cantinas e vinícolas, mas isso está mudando. O meu primeiro grande desafio foi aplicar os métodos orgânicos e biodinâmicos, algo que ninguém me ensinou na faculdade. O segundo desafio, foi dirigir a vinícola e aprender a produzir vinhos naturais, sem sulfitos” confessa Maricruz Antolin, enóloga da vinícola Krontiras, que há três anos produz vinhos sem adição de sulfitos.
Carolina Aravena, desde a turística Mar del Plata, cidade natal do Astor Piazzola, entre outros artistas, criou seu próprio empreendimento: Um clube de vinhos chamado WineMar. “É um espaço onde a gente compartilha experiências com pessoas de distintos lugares do mundo. Atualmente trabalho comunicando o vinho, e há nove anos sou Chef de Cozinha; A gastronomia, como o vinho, pode unir às pessoas, e nestes tempos difíceis que estamos vivendo, é essencial desfrutar o que nos deixa mais feliz”.
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