“O aumento do consumo de brancos e espumantes demonstra que o apreciador evolui e se diversifica em busca do seu vinho ideal. Hoje, se desfruta da gastronomia, dos amigos, das viagens, de um momento prazeroso, junto a uma bela taça de vinho. Na minha visão, comunicar o vinho apenas para conhecedores e eruditos ficou no passado”, opina Mariana Torta, sommelier, Brand Ambassador & Area Manager da Wines Of Argentina (WOFA) para América Latina.
Recém-chegada ao Brasil para se instalar em São Paulo, Mariana confessa se sentir empolgada pelo seu novo desafio de promover o vinho argentino em terras Hermanas. “Mariana Torta é sommelier, sabe comunicar o vinho com excelência, utiliza um critério gastronómico e faz consultoria para diferentes cartas. Fico feliz que a WOFA tenha lhe oferecido uma missão como embaixadora. No futuro, espero colaborar com Mariana no projeto Argentina Reloaded”, conta sua colega e compatriota, Paz Levinson, em diálogo com o Blog Vinhos Argentinos.
Para Mariana, o reconhecimento do vinho argentino no exterior acontece por um leque de riquezas: “Varietais, regiões, projetos inovadores com um compromisso sustentável das vinícolas, é lindo observar produtores se empolgando pela produção de vinhos disruptivos, experimentar outras variedades e métodos de elaboração diferentes, com o objetivo de gerar interesse nos mercados”, explica a especialista que recorre o mundo visitando vinhedos e afinando o seu paladar.
O ano de 2023 traz dois dados reveladores. Recentemente, uma das maiores fabricantes de cervejas do mundo (AMBEV), entrou no mercado brasileiro com rótulos produzidos pela vinícola Dante Robino, de Mendoza, enquanto o número de turistas brasileiros na Argentina bate um novo recorde, segundo informa um relatório do Instituto Nacional de Promoção Turística da Argentina. Não só pelo turismo de luxo regado a vinho, que seduz brasileiros. Com a moeda local “derretendo”, Argentina vira paraíso, também para os casais que decidem organizar suas festas de casamento nos vinhedos.
“O consumidor brasileiro coloca o vinho Argentino em um lugar de prestígio pela qualidade, pela fruta da uva, pelo sucesso de alguns enólogos reconhecidos, as premiações com rótulos de cem pontos, e um enoturismo maravilhoso com voos diretos de Brasil (Mendoza e Salta)”, argumenta a profissional nascida em Azul, um município localizado a 300 quilômetros ao sul de Buenos Aires.
A respeito de algumas variedades atuais, Mariana destaca a Garnacha, “que se expressa muito bem no Vale do Uco, Los Chacayes, e na região leste de Mendoza. Também a Nebbiolo, a Sangiovese, que interessa pela nossa história vitivinícola relacionada com Itália. Vejo ressurgir também uma cepa histórica como a Semillon, que produz brancos de grande complexidade e diversidade, além da Riesling, que se desenvolve bem em parte de Mendoza, e principalmente, em Chubut e no Estado de Buenos Aires”, afirma a renomada sommelier ao Blog Vinhos Argentinos.
“A minha harmonização ideal? Depende da companhia e do local. Gosto de beber em regiões frias, como a Patagonia, junto a um Pinot Noir, um Riesling de Chubut ou Rio Negro, acompanhado de ostras da costa patagônica, um bom Pinot patagônico com um patê de lebre, com queijos de Neuquén, onde há um mestre queijeiro. Adoro sentir a brisa da montanha, naquele ambiente aconchegante, justo frente ao lago de Chubut e olhando para a Cordilheira desde Bariloche”, finaliza a nova embaixadora do vinho argentino no Brasil.
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